A ofensa é um fracasso pessoal
(imagem retirada da net)
Dizem os budistas que a ofensa é uma brasa viva que eu atiro a alguém para queima-lo. Há uma grande probabilidade de queimar essa pessoa, mas a maior probabilidade é de quem atira queimar a sua própria mão. A ofensa parte de mim e queima-me. Tal como o ressentimento a ofensa rói por dentro e envenena o ressentido e o ofendido. No fundo aquele que ofende quer o que outro tem ou deseja ser o que o outro tem. Por algum motivo, em algum ponto ressentiu-se e ofendeu-se. Cada vez que penso em ofensas e ressentimentos, não posso deixar de pensar numa história que um mestre( professor) que eu tive o privilégio de conhecer me contou. Essa história é a narração sobre a Mula do Papa (um conhecido conto de Alphonse Daudet) que mostra como uma mula guardou sete anos um coice para aplicar num mariola que um dia a tinha destratado. De facto ela vingou-se, atirou a brasa em fogo e queimou a cara do rapaz, mas antes já ela se tinha ela queimado e muito pelo facto de ter vivido uma vida re-activa e por se sentir ofendida sem motivos. Ela era quem era e nenhuma ofensa poderia destabilizar o seu juízo sobre si. Quem ofende por sua vez é um fracassado que procura no outro aquilo que não consegue encontrar em si.