Somos livres?
Dizem-me sempre que sou livre, que posso fazer o que quiser...
Todos os dias a palavra liberdade corre as avenidas; dobra as esquinas, sobe os comboios e autocarros, trabalha de sol a sol, vive na sombra dos altos edifícios, nas paisagens bucólicas, no cansaço das gentes.
A liberdade vive no campo das colheitas, ela própria é uma safra. Pensamos que a temos, que a apanhamos, que é nossa quando quisermos, supomo-nos os donos, os que decidem, os que “livre arbitram”. Pensamos que somos livres quando vivemos vidas que são, não- vidas, escondidas entre as luzes do que compramos.
A liberdade é um grito! É sempre um grito… Pode ser abafado, estridente, mas é um berro que se solta, que vem do fundo de nós e que um dia diz: não quero mais!
Ser livre é não querer mas é, sobretudo, querer, desejar muito. Liberdade é o combustível que deve alimentar todas as almas que não querem perecer.
Dizem-me sempre que sou livre, que posso fazer o que quiser…