Que tal para amanhã?
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Se há história que sempre me inspirou é a de Sísifo. Para quem não sabe Sísifo, uma figura marcante da mitologia grega foi condenado, por toda a eternidade,a rolar uma enorme pedra até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase a alcançar o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, invalidando completamente o duro esforço despendido.
Não sei bem explicar mas muitas vezes esta história acode-me ao espírito e dá-me, de alguma forma, o consolo e a força para ultrapassar as dificuldades que vão surgindo. Não temos todos uma pedra para levar até ao cimo da montanha? Não sabemos, de antemão, que a pedra vai voltar ao fundo e que temos de a empurrar novamente?
Para além disso há uma outra ideia que Sísifo me passa e que é a de que por muito que amemos, por muito que as pessoas nos toquem ou cativem(como diz a raposa ao príncipe)só no final é que as conhecemos verdadeiramente. Quando chegam os primeiros obstáculos(pedras para empurrar) é que percebemos se essas pessoas estão ao nosso lado para levar a pedra ao cimo da montanha ou se, pelo contrário, estão ali para que ela role mais depressa para baixo e para tornar o esforço ainda mais duro.
Muitas vezes as pessoas revelam-se quando percebem que não terão de nós o que idealizaram porque, talvez, nós não sejamos aquilo que elas esperavam que fossemos. No entanto, este conhecimento é importante porque aí percebemos, de facto, quem nos limpa o suor e as lágrimas do esforço que rolar a pedra exige. Nesse momento ficamos com uma alegria imensa porque percebemos que teremos sempre alguém que nos conforte ou com uma tristeza desconcertante uma vez que entendemos que estávamos enganados e que as pessoas só estavam lá desde que os pedregulhos não existissem.