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Fashion in the bag

Fashion in the bag

21
Abr17

História da Agricultura em Portugal

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 Aqui está um livro que se me dissessem que algum dia o iria ler eu provavelmente ia rir-me na cara de quem referisse tal coisa. Pois, mas a verdade é que li, gostei e aprendi muitas coisas. Ao longo de todo o livro ficamos despertos para uma miríade de informações sobre o Portugal da época medieval. A falta de pão foi uma constante durante todo este período e foi interessante perceber as medidas que os reis adoptavam para tentarem resolver a situação. Relembrei a célebre lei das sesmarias, a sisa aprendi um enorme vocabulário sobre os tipos de "quintas" que existiam e os diversos moinhos que eram utilizados. Recomendo a quem quer mudar dos assuntos triviais.

20
Abr17

As gerações mais novas...

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Demorei sete anos (desde que saí da casa dos meus pais) para ler o saquinho do arroz que diz quanto tempo ele deve ficar na panela. Comi muito arroz duro fingindo estar “al dente”, muito arroz empapado dizendo que “foi de propósito”. Na minha panela esteve por todos esses anos a prova de que somos uma geração que compartilha sem ler, defende sem conhecer, idolatra sem porquê. Sou da geração que sabe o que fazer, mas erra por preguiça de ler o manual de instruções ou simplesmente não faz.

Sabemos como tornar o mundo mais justo, o planeta mais sustentável, as mulheres mais representativas, o corpo mais saudável. Fazemos cada vez menos política na vida (e mais no Facebook), lotamos a internet de selfies em ginásios e esquecemos de comentar que na última festa todos os nossos amigos tomaram bala para curtir mais a noite. Ao contrário do que defendemos compartilhando o post da cerveja artesanal do momento, bebemos mais e bebemos pior.

Entendemos que as BICICLETAS podem salvar o mundo da poluição e a nossa rotina do estresse. Mas vamos de carro ao trabalho porque sua, porque chove, porque sim. Vimos todos os vídeos que mostram que os fast-foods acabam com a nossa saúde – dizem até que tem minhoca na receita de uns. E mesmo assim lotamos as filas do drive-thru porque temos preguiça de ir até a esquina comprar pão. Somos a geração que tem preguiça até de tirar a margarina da geladeira.

Preferimos escrever no computador, mesmo com a letra que lembra a velha Olivetti, porque aqui é fácil de apagar. Somos uma geração que erra sem medo porque conta com a tecla apagar, com o botão excluir. Postar é tão fácil (e apagar também) que opinamos sobre tudo sem o peso de gastar papel, borracha, tinta ou credibilidade.

Somos aqueles que acham que empreender é simples, que todo mundo pode viver do que ama fazer. Acreditamos que o sucesso é fruto das ideias, não do suor. Somos craques em planejamento Canvas e medíocres em perder uma noite de sono trabalhando para realizar.

Acreditamos piamente na co-criação, no crowdfunding e no CouchSurfing. Sabemos que existe gente bem intencionada querendo nos ajudar a crescer no mundo todo, mas ignoramos os conselhos dos nossos pais, fechamos a janela do carro na cara do mendigo e nunca oferecemos o nosso sofá que compramos pela internet para os filhos dos nossos amigos pularem.

Nos dedicamos a escrever declarações de amor públicas para amigos no seu aniversário que nem lembraríamos não fosse o aviso da rede social. Não nos ligamos mais, não nos vemos mais, não nos abraçamos mais. Não conhecemos mais a casa um do outro, o colo um do outro, temos vergonha de chorar.

Somos a geração que se mostra feliz no Instagram e soma pageviews em sites sobre as frustrações e expectativas de não saber lidar com o tempo, de não ter certeza sobre nada. Somos aqueles que escondem os aplicativos de meditação numa pasta do celular porque o chefe quer mesmo é saber de produtividade.

Sou de uma geração cheia de ideais e de ideias que vai deixar para o mundo o plano perfeito de como ele deve funcionar. Mas não vai ter feito muita coisa porque estava com fome e não sabia como fazer arroz.

Texto de Marina Melz

19
Abr17

Da competição ao descanso

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Seated woman - Pablo Picasso, 1927

 

O cabelo balançava para um lado e depois para o outro. Cada passo avançado dava-lhe uma força desmedida para continuar. Não percebia a razão,mas sabia que desde que começasse não mais conseguia parar. Em tudo era assim, como se estivesse em competição permanente consigo.

Sentou-se cansada, pensando já em levantar-se e continuar, mas adivinhou-lhe a presença e deixou-se ficar mais um bocadinho na pedra grande e cinzenta. Sentiu-lhe a respiração, mas fingiu-se concentrada  no movimento das ondas. Longínquas, imperturbáveis as ondas acompanhavam o tempo, as vidas, seguem tudo com uma atenção desinteressada, mas presente.

Ele sentou-se e deixou-se ficar, uma hora, duas, não o sabia. Sentia apenas que não tinha mais que correr, nem que competir. Era tempo de estar bem consigo, era o momento de voltar a casa. Ele puxou-a, sentou-a no colo, ela deixou de lutar contra si e adormeceu.

18
Abr17

Um arado...

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Passei uns dias no campo e encantei-me, uma vez mais, com o movimento de alguns arados que ainda por ali habitam. Entretida com o seu movimento quis saber sobre o seu simbolismo e descobri que os arados são um  símbolo de fecundação e de fertilidade.

Passar arado sobre a terra é unir o homem e a mulher o céu e a terra: o nascimento é como uma colheita. O seu movimento, o rasgar da terra para que depois receba as sementes que depois vão germinar. A identificação do arado com o órgão gerador é ilustrada pelo parentesco linguístico entre a palavra langala e a palavra linga, ambas derivadas de uma raiz que designa ao mesmo tempo a enxada e o falo. Esta identificação encontra-se em várias línguas austro-asiáticas. Na China antiga o imperador dirigia pessoalmente o trabalho de arar ritualístico. Na mitologia nórdica, Gefjon, deusa da fertilidade, aparece como aradora. Na Bíblia vemos o arado como um símbolo da paz em oposição à espada.  Um utensílio muito simbólico, como podemos concluir.

17
Abr17

Os livros e as ideias genuínas

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                                  (imagem retirada da net)

 

A mesa estava vestida de cores delicadas e gulosas. Todos sentados faziam navegar as palavras por entre o barulho dos pratos e talheres. Ela estava sentada num banco largo e sorria sempre que alguém lhe perguntava a opinião, mas quando respondia fazi-o sem energia, mais por educação e sentido de dever que por convicção.

As gargalhadas pulavam de boca em boca e ela sentia-se perdida no meio de conversas que não eram dela e ideias que no seu âmago abominava. Desejava que tudo acabasse para se poder refugir no seu livro e num tempo seu. Olhava para trás à procura da altura em que preferia os livros à pessoas, pensava em momentos, em  pessoas, mas não conseguia lembrar-se, o momento exacto, em que preferia a quietude e as histórias partilhadas pelas folhas brancas repletas de ideias e sensações ao invés do som estridente de ideias vazias e palavras vítreas. Percustrava no olhar dos que o rodeavam, tentava ler-lhe a verdadeira essência, aquela que não mostravam. Demorou-se nesta indagação e sorria porque via coisas e más, surpreendentes e assustadoras. Preferia o livo, pensou, por fim. Levantou-se, ajudou a arrumar a loiça e saiu, sorrateiramente, de volta para o seu livro e para as ideias genuínas que ela sempre preferia.

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