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Fashion in the bag

Fashion in the bag

04
Mai17

Por vezes é só preciso ser capaz de dar tempo, do nosso tempo

fashion

 

Não me reconheço como uma pessoa de modas. Penso até ser na maioria das coisas, avessa às modas. No entanto, há coisas das quais não podemos fugir.

Estava em casa de amigos  que assistiam à série que, segundo me disseram, é a mais popular no momento(13 reasons why). Ao início não prestei muita atenção, mas uma explicação breve por parte de uma amiga fez-me concentrar na história e continuar a vê-la mesmo depois de já não estar com eles. Não posso dizer que é uma excelente série que merece o destaque todo que tem, mas há uma coisa que digo: fez-me pensar.

Quantas vezes há suícidos e vidas que se perdem( a série apresenta 13 motivos pelos quais a rapariga se suicidou) por causa de mal entendidos, por falta de coragem em ajudar quem precisa e por carência de sensibilidade. Dei por mim a pensar na quantidade de vezes que não ligamos a alguém porque estamos ocupados, porque vai demorar tempo ou simplesmente não nos apetece. Quantas vezes ignoramos apelos mudos, com medo que isso nos traga complicações ou apenas porque temos também nós, medo de nos expormos? Continuo a achar que devemos promover a relação com os outros, sobretudo potenciar e desenvolver aquilo que somos e o que de melhor temos. Não sei se aconselhe a série, mas se virem vejam não como um bando de adolescentes que não sabe o que faz, mas como a génese de adultos à deriva e que muitas vezes apenas precisam de uma palavra amiga ou de alguém que esteja lá a apoiar. Por vezes é só preciso ser capaz de dar tempo, do nosso tempo.

03
Mai17

Dos campos de papoilas às escovas para o coração

fashion

 

 

 

 

Abriu os olhos e ficou um momento a pensar onde estava e se seria dia ou noite. Levantou-se devagar e puxou pelo roupão azul que estava ao fundo da cama. Pelas cortinas desviadas entrava o ar fresco da manhã. Olhou para a rua, para as árvores que dançavam e ficou assim durante um pouco anestesiada pelo dia que começava embrulhado na mortalha do outro que já se tinha esvaído.

Escolheu a roupa peça por peça e vestiu-se com cuidado olhando no espelho a sua imagem. Por vezes era-lhe difícil encontrar correspondência entre a imagem e aquilo que ela sentia ser. Mirava-se, tocava no cabelo, olhava-se nos olhos, mas na maioria das vezes pensava tratar-se de outra pessoa. Como se ali só estivesse um corpo desprovido de vida, mas sem estar morto. O resto passeava alegremente num campo de papoilas vermelhas onde o tempo não existia e as estrelas nunca dormiam.

Passou a escova grande e castanha pelo cabelo e suspirou, o cabelo ficou arranjado e bonito. Olhou a escova, pousada na sua mão e teve pena que não existissem escovas para pentear e arranjar o coração.

 

 

 

 

 

 

02
Mai17

A ofensa é um fracasso pessoal

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(imagem retirada da net)

 

Dizem os budistas que a ofensa é uma brasa viva que eu atiro a alguém para queima-lo. Há uma grande probabilidade de queimar essa pessoa, mas a maior probabilidade é de quem atira queimar a sua própria mão. A ofensa parte de mim e queima-me. Tal como o ressentimento a ofensa rói por dentro e envenena o ressentido e o ofendido. No fundo aquele que ofende quer o que outro tem ou deseja ser o que o outro tem. Por algum motivo, em algum ponto ressentiu-se e ofendeu-se. Cada vez que penso em ofensas e ressentimentos, não posso deixar de pensar numa história que um mestre( professor) que eu tive o privilégio de conhecer me contou. Essa história é a narração sobre a Mula do Papa (um conhecido conto de Alphonse Daudet) que mostra como uma mula guardou sete anos um coice para aplicar num mariola que um dia a tinha destratado. De facto ela vingou-se, atirou a brasa em fogo e queimou a cara do rapaz, mas antes já ela se tinha ela queimado e muito pelo facto de ter vivido uma vida re-activa e por se sentir ofendida sem motivos. Ela era quem era e nenhuma ofensa poderia destabilizar o seu juízo sobre si. Quem ofende por sua vez é um fracassado que procura no outro aquilo que não consegue encontrar em si.

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