Começo a semana com uma sugestão de leitura: As cidade invisíveis. Que dizer, sobre esta história? Ainda não sei bem, porque ainda estou no livro. As palavras que se antecipam a tudo o que eu estou a pensar é que é um poema que não é poema, uma brisa em forma de palavras que nos faz pensar. Pensamos nas cidades. Nas de agora, nas que foram mas nunca deixaram de ser, nas cidades dentro de cidades. Gostei de tudo e a leitura fluiu e fez-me companhia, remexeu-me as ideias, fez-me sair de mim. Se quiserem uma leitura diferente, escolham este livrinho.
Este é um filme que impressiona, não pela novidade, mas pela forma como conta a história da adopção.
Não é uma realidade comum aquela que aqui vemos, mas é mais usual do que pensamos. A frase que me ficou e que penso resumir todo o filme é que ninguém pode esquecer o que tem atrás. O segredo é incorporar esse passado, no presente e no futuro. Não sendo um fime excelente é, sem dúvida, um filme que faz pensar.
A água baloiçava ao ritmo dos seus movimentos. Ela esticava os pés uma vez para a frente, outra para trás e o vestido azul perdia-se no meio do entrelaçado de cores. Nunca tinha sido livre, talvez não soubesse mesmo o que significava isso, mas naquele momento, naquele exacto instante de tempo sentia-se leve, sem pensar em nada e estava feliz. Estava feliz... A felicidade do instante, o ali sem mais nada, uma quase suspensão de tudo que se concentrava apenas em si. Continuou a baloiçar-se e viu o seu reflexo na água, desfigurado, cálido, em movimento. Respirou fundo e sentiu o cheiro da noite e do rio. No mais recôndito de si acreditava, convencia-se mesmo que tudo ia ficar bem. Talvez fosse essa a crença que a mantinha vida.
Olhou para si, não soube se foi ela que passou pela noite ou a noite por si...