A pequena vela...
O vento soprava de norte e a pequena vela, a custo, tentava resistir ao impulso de dobrar. Era difícil porque a força do vento era muita e ela era, apenas, uma pequena vela. Pensou de onde vinha e que nunca tinha aprendido a desistir. Então, encheu as bochechas, fez com que o vento a empurrasse e não a rasgasse.Soltou uma gargalhada e depois riu com vontade. Ela era uma pequena vela, no meio do imenso mar e era bombardeada pelo vento mais forte que existia, um soberano imponente- Ainda assim ela conseguiu utilizar essa força para continuar o seu caminho. Aproveitou os poucos raios de sol que espreitavam por entre as nuvens e fechou os olhos por um momento. Ah conseguia ouvir o silêncio... tão bom que o silêncio era, tinha uma suavidade que cada vez lhe agradava mais. Nunca se conseguiu materializar o silêncio, pensou, mas se conseguissem ela tinha a certeza que seria qualquer coisa de suave. Nesse dia andou muito com o vento a empurrar e as bochechas a doer mas de cada vez que pensava em desistir lembra-se de onde vinha e isso dava-lhe uma tamanha força que não precisava de mais nada. Continuou ao sabor do vento e da água e de vez em quando sorria.