Aiakos e a persistência
Aiakos trazia uma sacola no ombro e passeava no meio dos ciprestes. Naquele Verão fui à ilha de Aegina só para o conhecer. Sabia que era um homem justo e que tinha uma força enorme para cultivar. Cuidava da terra, fazia crescer tudo em que tocava mas,cultivava, acima de tudo a compaixão. Quando o encontrei e me apresentei conversamos longamente e contou-me que a terra que agora cuidava ia morrer em breve porque Hera assim o tinha decidido. Tudo pereceria. Olhando ao redor, julgava impossível (isso acontecer) tal a beleza que me envolvia.No entanto, a tristeza que lhe descia sobre o rosto depressa me convenceu.
Não tardou que tudo ficasse negro e doente. Os solos inférteis, as árvores caiam, tudo devastado. Aikos pediu a Zeus, seu pai, que lhe enviasse chuva e Zeus assim fez, mas era tarde porque tudo estava morto. Aikos não desistiu e começou a semear e a plantar tudo de novo, sem descanso e sem nunca olhar para o que tinha perdido. Tinha; uma vez mais, terra e rios, vontade e força e não se lamentava.
Ajudei-o como pude e só quando o chamava para lhe oferecer água ele se sentava por uns minutos, à sombra de uma árvore que tinha resistido. Falamos sobre as formigas que avidamente transportavam alimento e desejamos(os dois) que todos aqueles campos voltassem a ser habitados e vivos. Zeus ouviu-nos e passado pouco tempo as formigas receberam formas humanas e Aegia tornou-se uma das mais bonitas ilhas de que há memória. Aiakos nunca desistiu ou parou, mesmo tendo que começar de novo, fazia-o sempre e sem revolta ou rancor. Dei-lhe um longo abraço e voltei.