Ariadne e o fio do Amor
Teseu tinha a cara entre as mãos e, apesar de não o achar preocupado, tinha uma ruguinha sobre a testa que revelava alguma apreensão. Sugeri-lhe que consultássemos o oráculo para que ele soubesse o que o destino lhe reservava. Há uma semana atrás tinha decidido que tinha de acabar com o sacríficio imposto pelo rei Minos. Devia ir a Creta, entrar no labirinto onde estava o Minotauro e mata-lo. O oráculo diz-lhe que só com o amor o poderá derrotar. Teseu fica aflito. Tivera algumas namoradas, tinha o amor de seus pais, mas ninguém o amava para além deles.Tentei sossegá-lo, perguntei-lhe se ele imaginava que aquelas pombas(que agora voavam no céu) passariam por ali naquele preciso instante. Respondeu-me que não e negou-se a compreender a comparação. Expliquei-lhe que há coisas que acontecem sem esperarmos. Sorriu e foi ocupar-se com os preparativos da viagem. Saímos cedo, rumo a Creta. Ao chegarmos apresentou-se ao rei Minos e explicou-lhe a sua pretensão. O rei indicou-lhe o caminho. Teseu não saía do mesmo sítio e tanto eu como o rei ficamos surpreendidos. Rapidamente percebi que ele estava encantado com Ariadne (filha do rei) e ela com ele. Toquei-lhe no braço e dirigimo-nos ao labirinto. Teseu estava quase a entrar quando Ariadne se acerca dele e lhe estende a mão que continha um rolo com fio de ouro. Pede-lhe que o desenrole, assim que entre, para que não se perca no caminho de volta. Teseu segura-lhe na mão e olha-a demoradamente. Entra no labirinto e mata o Minotauro. O fio do amor venceu... o caminho foi encontrado.