As metamorfoses do espírito..
Quando encontrei Nietzsche pela primeira vez, uma das ideias que mais me encantou foi a sua reflexão sobre as metamorfoses do espírito. Encontrava ele necessidade de elevar os homens e de descrever o percurso que era urgente percorrerem.
Segundo a sua tese um dia somos um camelo que carrega o peso dos valores, sem questionar. Transportamos a carga docilmente e nunca nos queixamos. Porém, chega um dia, em que o Camelo se transforma em leão, atira para longe todos os pesos que o camelo transportava e ruge, ruge muito. Destrói tudo à sua volta, mas não consegue criar nada de novo, apenas deixa em bocados aquilo que existia para que as cargas deixem de ser aceites sem contestação e se possa abrir, no horizonte, um outro mundo.
No entanto, era preciso algo novo, algo puro que restaurasse a crença na humanidade. Era premente que o Leão, desse lugar a uma criança, a um menino que risse e chorasse e nos mostrasse, de novo, a verdadeira essência do homem.
Tenho pensado tanto neste meu encontro e no mundo em que vivemos, hoje. Tanta gente que aceita as coisas sem contestar, porque vê os outros, segue em fila sem olhar, uma única vez, para o lado e em outras direcções...
Outros tantos que rugem, mas que nada constroem e a falta de uma criança que encha de riso e alegria este nosso mundo por onde nos arrastamos e nos mostre que estamos enganados e que as coisas mais simples e belas são aquelas que não dependem de invejas, riquezas ou submissões(sejam elas de que tipo forem).
É tempo de nos metamorfosearmos.