Da passagem da larva à borboleta...
Há no voo das borboletas, um sinal de cor acompanhado pela graciosidade e pela melodia que as asas provocam quando batem. Sempre gostei de borboletas e a principal razão tem a ver com a relação entre a larva e a borboleta, entre o feio e o belo, entre o sofrer e o voar. Adoro estas dicotomias e aprendo sempre com elas. Por muito que tentemos unicamente sentir, o esvoaçar das asas, é impossível não pensar no que esteve subjacente a este leque de cores e de sedução. Talvez seja isso que torna as borboletas belas. Não o facto de serem assim de maneira inquestionável, mas a sua transformação, a sua luta, a sua pequena vida. As borboletas parecem esquecer o seu passado de larvas e constantemente dizem-nos:- eu agora sou só beleza, delicadeza e cor, o que era passou. Eu transformei-me no que sou. Fiz um caminho, tive um passado, mas agora estou aqui e sou assim. Não há porquês, apenas existência e vida, apenas presente e futuro. Só desafios...
Levantei-me da pedra onde me tinha sentado, de pernas cruzadas, a borboleta amarela assustou-se com o meu movimento, mas rapidamente voltou ao seu passo gracioso. Pousou-me no cabelo, ficou quieta, banhou-se no sol, ensinou-me que um larva pode ser crisálida, mas uma borboleta nunca pode voltar a ser larva.
Gostam de borboletas?