O tempo dos laços
(imagem retirada da net)
Gosto de laços! Daqueles fortes e bonitos que dão vida aos embrulhos, mas gosto, sobretudo daqueles laços que não se vêm e que são tão fortes e tão densos que às vezes até custa respirar. O fôlego falta porque os laços são completos, desmedidamente profundos e trazem o medo. Medo que eles se soltem e voem para longe. Não gosto quando os laços desaparecem para longe. Laço, na verdadeira acepção do termo, é aquele que fica sempre perto, que tem nós, que se desfaz, mas que basta um simples gesto e volta a estar próximo e a envolver.
O laço nunca voa para longe. Podemos dizer que sim, podemos até convencer-nos disso, mas laço, que é laço, nunca vai embora.
Os verdadeiros laços, estão acima da tirania do consumo. Eles envolvem prendas que não se compram, escondem segredos que só o coração sabe e que a boca por vezes, sussurra.
Tenho tantos laços invisíveis, que pessoas me ofereceram, pessoas que muitas vezes já não vejo (que sinto tanto sem as ver e sem as ter).
Possuo todos esses laços. São eles que me seguram as lágrimas quando as saudades apertam e são sempre eles que me abraçam e me dão força quando as pernas fraquejam e a voz treme.
Quero mais laços desses, todos os dias, não porque é Dezembro, não porque me dizem que é Natal, mas porque são os laços que realmente significam em qualquer dia, todos os momentos.