Pandora
Pandora
Por Jules Joseph Lefebvre, 1882
Em todos os campos as pequenas fogueiras proliferavam. Prometeu roubara o fogo aos deuses e ofereceu-o aos homens. Atrás de um arbusto olhava para as fogueiras e temia a ira dos deuses. Prometeu estava perto e via-o gesticular, devagar veio sentar-se perto de mim e deixou-se ficar. Vimos chegar Pandora( todos os dons) e percebemos, imediatamente, que seria ela que se vingaria dos homens. Percebia-se através das suas feições minuciosamente trabalhadas por Hefesto que ela fora concebida por todos os deuses e de todos tinha recebido um dom. Deixamo-nos ficar, quietos apenas a observar o que ela fazia. Andava elegantemente, com uma enorme caixa debaixo dos braços quando se cruzou com Epimeteu, irmão de Prometeu. Este tentou levantar-se, mas eu não deixei porque tive medo que os Deuses o vissem e se zangassem. Ele sentou-se, intranquilo por ver a sedutora Pandora abraçar o irmão.
Soubemos que tempos depois os dois se casaram e que Pandora, sem se lembrar das advertências, do pai para não abrir a caixa que ele lhe oferecera deixou escapar todos os males. Por todos os cantos proliferaram as guerras, as mentiras, as doenças, o ódio...
Disseram-nos que Pandora ainda tentou fechar a caixa, mas era tarde e apenas a esperança se conservou no fundo. Será a esperança, sozinha, que ajudará os homens a vencer todos os males do mundo.