Por vezes é só preciso ser capaz de dar tempo, do nosso tempo
Não me reconheço como uma pessoa de modas. Penso até ser na maioria das coisas, avessa às modas. No entanto, há coisas das quais não podemos fugir.
Estava em casa de amigos que assistiam à série que, segundo me disseram, é a mais popular no momento(13 reasons why). Ao início não prestei muita atenção, mas uma explicação breve por parte de uma amiga fez-me concentrar na história e continuar a vê-la mesmo depois de já não estar com eles. Não posso dizer que é uma excelente série que merece o destaque todo que tem, mas há uma coisa que digo: fez-me pensar.
Quantas vezes há suícidos e vidas que se perdem( a série apresenta 13 motivos pelos quais a rapariga se suicidou) por causa de mal entendidos, por falta de coragem em ajudar quem precisa e por carência de sensibilidade. Dei por mim a pensar na quantidade de vezes que não ligamos a alguém porque estamos ocupados, porque vai demorar tempo ou simplesmente não nos apetece. Quantas vezes ignoramos apelos mudos, com medo que isso nos traga complicações ou apenas porque temos também nós, medo de nos expormos? Continuo a achar que devemos promover a relação com os outros, sobretudo potenciar e desenvolver aquilo que somos e o que de melhor temos. Não sei se aconselhe a série, mas se virem vejam não como um bando de adolescentes que não sabe o que faz, mas como a génese de adultos à deriva e que muitas vezes apenas precisam de uma palavra amiga ou de alguém que esteja lá a apoiar. Por vezes é só preciso ser capaz de dar tempo, do nosso tempo.