Aproximam-se os dias quentes e uma cervejinha cai sempre bem. Claro que eu não podia beber e calar e fui tentar saber mais sobre a simbologia da cerveja.
Sendo assim fiquei a saber que a a cerveja é considerada bebida de soberania, bebida de imortalidade nas lendas de diversas culturas. Está associada à embriagues e era a bebida preferida das classes guerreiras. Na América equatorial encontramos as cervejas de milho e de mandioca desempenhando papel fundamental nas crenças ritualísticas até aos dias de hoje, principalmente nos ritos de passagem, espelhados no simbolismo da fermentação.
No antigo Egipto, considerada um símbolo de imortalidade, era apreciada pelos vivos, pelos defuntos e também pelos deuses em forma de oferenda.
Encontrei Atlas vagueando num planalto de trigo. Estava dobrado e uma ruga funda atravessava-lhe a testa. Não me reconheceu logo, mas quando me aproximei saudou-me e desenhou um sorriso nos lábios.
Falamos longamente e via que se contorcia com dores. O mundo era pesado, disse-me quando me viu olhar. Sabia do castigo de Zeus e tinha noção de que Atlas estava condenado a carregar nas suas costas o peso do mundo, para sempre, ainda assim pensava em algum modo de o aliviar. Falava-lhe de aves raras e do mar, mas ele não me ouvia. Era o peso que lhe roubava a atenção. Caminhamos de mãos dadas. Eu, Atlas e o mundo. Mas não me senti bem,o peso dele começou a evadir-me e encontrei-me fraca e sem forças.
Estava quase a sentar-me no chão quando Hércules se aproximou, muito simpático e sorridente pedindo a Atlas que lhe colhesse as maçãs de ouro e que em troca ele lhe segurava o mundo.
Atlas estava tão cansado que aceitou prontamente.Nunca o tinha visto tão alegre. Correu, pulou e puxou-me para dançar-nos no meio do trigo. Rimos de tudo e de nada.
Assim que avistamos as maçãs corremos a colhe-las e entregamo-las a Hércules. No entanto, assim que lhas entregamos Hércules voltou a colocar o mundo nas costas de Atlas e fugiu. O peso voltou.
Ninguém pode carregar o mundo sozinho, pensei. Estava quase a oferecer-me para dividir o peso com Atlas, mas o deuses libertaram-no do peso do mundo e castigaram Hércules.
Os pesos do mundo vão sendo carregados por quem verga a cabeça e os aceita.
Como estamos numa época em que há constantes apelos à oração (ou ao consumo?), lembrei-me de como gosto de velas e da paz que me transmitem. Assim decidi investigar o seu significado.
A vela do ponto de vista do simbolismo místico reúne em si quatro elementos: a cera, o pavio, o fogo e o ar. A sua função última é a de iluminar. Mas a iluminação da vela pretende muito mais do que aclarar o espaço físico. Há quase uma intenção mística e metafísica na luz que a vela transmite. Quase que um alumiar do que está dentro e não se vê
A chama é só e deseja permanecer solitária. Sugere desta forma a ideia de unicidade, de luz pessoal. Mesmo quando perturbada pelo vento, o seu vigor esmorece mas reergue, buscando sempre uma verticalidade ascensional. É o símbolo da vida ascendente.
Culturalmente, figura nas comemorações de aniversário e nas preces e orações a Deus.
Outra expressão do seu simbolismo é quando utilizada nos enterros, aos pés do defunto, representando a "luz da alma", a "chama espiritual", ou mesmo a perenidade da vida.
Passei uns dias no campo e encantei-me, uma vez mais, com o movimento de alguns arados que ainda por ali habitam. Entretida com o seu movimento quis saber sobre o seu simbolismo e descobri que os arados são um símbolo de fecundação e de fertilidade.
Passar arado sobre a terra é unir o homem e a mulher o céu e a terra: o nascimento é como uma colheita. O seu movimento, o rasgar da terra para que depois receba as sementes que depois vão germinar. A identificação do arado com o órgão gerador é ilustrada pelo parentesco linguístico entre a palavra langala e a palavra linga, ambas derivadas de uma raiz que designa ao mesmo tempo a enxada e o falo. Esta identificação encontra-se em várias línguas austro-asiáticas. Na China antiga o imperador dirigia pessoalmente o trabalho de arar ritualístico. Na mitologia nórdica, Gefjon, deusa da fertilidade, aparece como aradora. Na Bíblia vemos o arado como um símbolo da paz em oposição à espada. Um utensílio muito simbólico, como podemos concluir.
Cada vez que tenho o privilégio em acordar pela manhã e sou recebida pelo orvalho fico com a sensação de que o dia vai ser bom. O orvalho, é singelo, suave e brando e está associado a subtileza e delicadeza. Para além disso, associa-se ao símbolo da chuva na qualidade de expressão de uma influência do céu sobre a terra.
No entanto como ele cai à noite sem fazer ruído e cintila e se assemelha às pérolas, o seu significado torna-se mais misterioso. Por vezes aparece na Cabala como símbolo da redenção e da revivificação.
Para os chineses,o orvalho advém da lua e concede a imortalidade. Os gregos interpretavam o orvalho como símbolo da fecundação e da fertilidade .
Independentemente de todos os significados o orvalho é como se fosse uma bênção celeste, uma graça vivificante. É nesse sentido que o encontramos na maioria dos textos sagrados de vários povos: orvalho celeste, árvore de orvalho, orvalho doce, mundo de orvalho, etc.