Conhecem aquela sensação de perda, quando nos separamos de um amigo? É esse o sentimento que experimento, agora que cheguei ao fim desta "quadrilogia". Já falei aqui dos livros anteriores e muitas pessoas me têm perguntado o que torna esta estória diferente. Não consigo responder concretamente a esta questão, no entanto consigo perceber que há uma amizade que perdura durante toda a vida. Essa amizade é a base para que todas as outras histórias se cruzem e vivam e que de certa forma envolve quem a lê. Talvez todos nós vivamos, durante a nossa vida, as mesmas históras, os mesmos receios, talvez todos tenhamos uma amiga genial que por vezes não sabemos se somos nós ou se é a outra/os. Este livro em concreto é dissecada a dor de uma mãe que passa pelo desaparecimento da filha. A sua postura, o seu não sentido, o medo que os outros têm, de quem sofre, como se isso fosse contagioso. São livros que vão ao fundo das nossas entranhas e que nos "obrigam" a questionar muitas opções e muitas direcções que seguimos ao longo da vida.
Esta semana em conversa com um amigo sobre a minha recente descoberta literária, ele perguntou-me o que têm os livros para eu os ler em dois dias. Pensei bastante acerca disto e penso que a principal razão é todos nós termos, de uma forma, ou de outra, histórias parecidas e identificamo-nos bastante com as personagens.
Relativamente ao conteúdo não é um livro que possamos dizer que é muito rico, mas há jogos psicológicos que me agradam muitíssimo, leituras de alma de personagens que me fascinam. Em suma: estou a começar a leitura do terceiro e aconselho, uma vez mais, a leitura deste autor(a).
Digo em minha defesa que não sou adepta de seguir tendências de nada e muito menos de livros. Compro, sobretudo, porque deixo que a história me seduza antes, porque a quero saber, porque desejo entrar nela.
Neste caso admito que comprei o livro contrariada, porque ouvia falar dele em todo o lado e comecei a desconfiar. Ainda assim, li uma breve descrição e fiquei rendida. Comprei o livro e tenho de admitir a estória é fascinante, não pela profundidade, mas acima de tudo, porque me identifiquei(e penso que a maioria das pessoas) com ela. Li o livro em dois dias e fiquei com aquela sensação de orfandade que não é explicável. As personagens acompanharam-me estes dois dias e talvez tenham acompanhado grande parte da minha vida, porque penso que houve uma amiga(o) genial em todas as vidas. Aquele amigo que admiramos e que nos impeliu, muitas vezes, a andar para a frente mesmo quando as nossas pernas não saiam do mesmo sítio.