Este é um filme chinês de 1991, mas independentemente de não ser recente considero-o como um dos melhores que vi nos últimos tempos. Para além de todo o simbolismo subjacente a cada uma das personagens e que me atrai enormemente, seduz-me também os temas que por ali vivem. Admito que nem os consegui pensar a todos, mas à partida ressalvo a condição da mulher no início do Séc.XX na China, assim como a perfidez do ser humano, que quase sempre suplanta as coisas boas de que o ser humano também é capaz. O filme é duro, mas cumpre a função que eu mais gosto num filme: faz pensar.
Não sendo um filme excepcional é, contudo, um filme que nos faz pensar em várias questões que volta e meia nos circundam os dias. A primeira e mais premente é, sem dúvida, o "desperdício" das pessoas mais velhas. Vivemos numa sociedade em que as pessoas a partir dos quarenta anos são velhas para trabalhar e são consideradas "cotas" e com conhecimentos considerados desnecessários.
Esquecemos, de todo o modo, que estas pessoas têm um acumular de experiência e de vivências que poderiam ser aproveitadas em muitas organizações de forma produtiva beneficiando não só as organizações, mas a sociedade em geral. O número do suicido em pessoas mais velhas aumenta e uma das razões, penso eu, é esta falta de sentido em que as pessoas vivem depois de se reformarem.
A mensagem do filme é, quando a mim, uma pergunta: Porque não aprender com as pessoas mais velhas e porque razão não as deixamos regressar?
Um filme que vale a pena pela tema e pela reflexão sobre o mesmo.
Esta semana revi o filme de Bergman "O Sétimo Selo". Incontornável é a cena do filme onde a morte joga xadrez com a alma, com a vida.
No decorrer no filme o actor que protagoniza a vida é enganado e confessa, à morte, a sua estratégia de jogo, contudo sente nas mãos o sangue pulsante e percebe que ainda está vivo. Não entende prontamente o porquê do seu sopro vital, mas uma breve reflexão leva-o a descobrir que o que faz continuar vivo é a procura do conhecimento. Isto extrapolado para os tempos actuais fez-me pensar na quantidade de pessoas mortas, que andam por essa vida e que pensam que estão vivas sem estarem. Quantas há que não procuram conhecer-se, nem pensar a vida. Os apelos para o fácil, o momentâneo e o que não dê trabalho, são fortes. Mas será isso a vida?? Pode ser que sim, mas a reflexão de Bergman remete-nos para o caminho do conhecimento e da profundidade das coisas da vida.
Este é um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Faz-nos pensar em tanta coisa. Talvez seja uma história vista sobre a perspectiva maniqueista, mas a verdade é que percebemos onde os bons sentimentos habitam. Há um rato que nos mostra muito mais que os humanos. Há um rato que dá esperança e amizade. Há altruísmo e maldade, muita maldade. Gostei e recomendo.
Este é um filme que impressiona, não pela novidade, mas pela forma como conta a história da adopção.
Não é uma realidade comum aquela que aqui vemos, mas é mais usual do que pensamos. A frase que me ficou e que penso resumir todo o filme é que ninguém pode esquecer o que tem atrás. O segredo é incorporar esse passado, no presente e no futuro. Não sendo um fime excelente é, sem dúvida, um filme que faz pensar.