Estava frio e o meu casaco de lã não era suficiente para me manter quente. Comecei a andar com o objectivo de aquecer e encontrei perto de um lago aquele que mais tarde,vim a saber tratar-se de Tântalo. Tântalo estava desgrenhado, com umas olheiras fundas e um olhar perdido. Tentava beber da água do lago, mas assim que se debruçava para o fazer a água rapidamente desaparecia. Ele ficava desesperado e gritava. Esforçava-se, também, para apanhar frutos que pendiam por cima da sua cabeça, mas mal lhe tocava estes evaporavam. Isto repetia-se de uma forma constante e era um episódio comovente e perturbador. Aflita corri para junto da margem e perguntei-lhe se precisava de ajuda. Baixou os olhos e confidenciou-me que ninguém o podia ajudar. Contou-me entre soluções, choro e uma respiração ofegante que desejava demasiado ter os privilégios que os deus tinham, queria muito ter tudo, disse quase a sussurrar.
Sentei-me à beira do lago que aparecia e desaparecia e ouvi-o atentamente.
Bebia, eu, cada uma das suas palavras e ao mesmo tempo ia crescendo, dentro de mim uma miscelânea de pena, revolta, dor e censura. Contou-me que para além de ter tentado roubar alimentos que eram exclusivos dos deuses, tinha cometido um crime impensável. Pedi-lhe que continuasse, mas ele escondia a cara entre as mãos. Por fim disse, a gritar, que tinha morto um filho e o tinha servido como banquete aos deuses para testar a sua divindade. Quando eles descobriram fizeram com que o filho voltasse à vida e a ele condenaram-no à morte por fome e sede. Não consegui dizer nada. As ideias atropelavam-se com os sentimentos. Ele trocara um filho pela ganância de ser um Deus e de ter poder. Afastei-me rapidamente. Não podia, de facto, ajudá-lo.
Ias sim porque eu tanto posso estar bem como "virado do avesso", sabes esta amizade que acabei há dois meses? Pois é, disse umas coisas que não foram simpáticas mas verdade seja dita, a pessoa em questão mereceu.
Sim já veio, estou no computador visto que não consigo utilizar o blog no telemóvel, vou ficar sem dinheiro porque me pagaram pouco e tenho a renda para pagar, a outra metade do dinheiro vai para o banco e supostamente não posso mexer.
Infelizmente não, por vezes peço-lhe 0,60€ e já começa a ralhar comigo, o pior de tudo é que também preciso de comprar umas sapatilhas novas porque estas já começam a ficar estragadas nos calcanhares e aleijam-me, já para não falar que me rasgam as meias todas.
Estou a estudar ainda, não quero umas muito caras apenas que durem muitos anos, mas se calhar vou comprar é umas botas para me proteger deste frio, mas acho que vou é alegar insanidade mental porque muitas vezes tenho um monte de coisas para fazer e pagam mal, isto não é futuro para mim.
Com a medicação que ando a tomar já devia de estar aposentado por invalidez, não sei o que iria fazer depois, mas visto que não consigo arranjar nada permanente se calhar seria a melhor solução.
Nem mais, ninguém nada a ver com isso, a vida é minha e nela sei o que se passa e faço dela o que quero, não devo nada a ninguém e não tenho que dar satisfações a ninguém.
Ela é ainda mais doida que eu e nunca diz nada de jeito, no mês passado chamou-me Henrique e perguntou-me como estava a Jardinagem, mas também já disse à minha mãe, se não tiver dinheiro não compro nada.