Podia oferecer-te coisas que nem conseguiria contar ou descrever, mas no meio do inúmero escolhi apenas uma, que é tanta coisa.
Escolhi um vaso. Não foi fácil porque envasar sonhos e projectos é tão redutor que me senti apertadinha e perdida; mas caminhei por entre os pinhos e fetos, no meio de caruma e paus descobri terra e a terra permite tanto, a terra permite tudo. O sítio onde a terra vive,(onde essa terra vive) é onde habita uma parte do meu coração, porque foi aí que cresci e onde, em parte, ainda vivo.
Quando quiseres perceber-me procura esse lugar, é fácil de o encontrares. Há sempre flores e árvores, melodias de pássaros alados e o cheiro a rosas entorpece-nos os sentidos.
Apanhei-a com as mãos(a terra), senti-a em mim. Cada pedrinha, cada areia numa forma perfeita. Mas eu queria vida e a terra, sem nada, não é vida. Procurei as mais belas sementes, aquelas que nos dizem serem perfeitas e aconcheguei-as na terra. Ficaram ali, agora, mas temos de as fazer crescer. Entrego-tas para cuidares delas, protege-as e ama-as. Elas são as sementes do amor. Dizem que as sementes são perfeitas, mas a maior perfeição é aquela onde a imperfeição existe, por isso ama-as assim mesmo e fá-las crescer!
Sim eu sei e é o que quero fazer, coisas por mim e não para agradar aos outros, mas o que tentava dizer era que toda a gente me julgava pela aparência e acabam por não me conhecer como realmente sou.