A primeira vez que li um livro de Virgínia Wolf, Orlando, fiquei desconcertada e incrédula com a forma da sua escrita. Senti profundidade, sentimento, percorreu-me uma sensação de desnudamento em relação ao ser humano e o que o percorre interiormente. Custou-me ler, em alguns momentos tive de parar, tive até de pensar se o que lia me fazia bem, mas persistia sentido uma admiração crescente por quem tinha escrito aquelas linhas, mas, sobre tudo pelo interior do ser que tinha sido capaz de sentir e de escrever assim. Na altura desconhecia os problemas que ela tinha tido e não imaginava o suicídio.
Quando soube não me admirei porque alguém que atinge uma profundidade de pensamento como o dela dificilmente consegue viver neste mundo. Alguém assim coloca-me dúvidas sobre se alguma vez viveu no mesmo plano que eu. Mesmo estando doente foi alguém extraordinariamente inteligente, altruísta, profundo e como desmesurada capacidade de amar.
Passam esta semana anos sobre a sua morte e nada melhor do que uma homenagem e uma transcrição da sua carta de despedida, para o marido.
Meu Muito Querido: Tenho a certeza de que estou novamente enlouquecendo: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou começando a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me a maior felicidade possível. Foste em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou destruindo a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser. Não consigo ler. O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Foste inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos. V.”
Acontece-me todos os dias de manhã quando tenho de tomar o comprimido, cinco minutos depois não me consigo lembrar se o tomei ou não, eu andava a tomar umas vitaminas enormes para a memória mas cada caixa custa 30€ e não achei que estivesse a fazer efeito deixei de as tomar. As histórias vão correndo, ainda me faltam editar páginas.
Também me fizeram acreditar que as vitaminas resultavam e afinal não. Parece que quanto mais edito mais páginas me faltam, por isso é que por vezes perco a vontade.
Eu tinha que tomar duas por dia, uma ao pequeno-almoço e outra ao almoço, mas como vi que me esquecia das coisas na mesma deixei de as tomar, agora para saber tenho que deixar a caixa de lado. Eu já imprimi 83 páginas mas ainda me faltam algumas 30 e o número de páginas no word não pára de aumentar, por vezes passam-se dias e semanas e eu sem conseguir arranjar uma cena para as histórias.
Originalidade e criatividade não é comigo, estou a ver um vídeo no Youtube em que uma pessoa faz em 12 minutos aquilo que fiz numa hora quando fiz o mesmo e ninguém viu. Ainda não sei como irei fazer vídeos em 15 ou 20 minutos, se um jogo tiver muitas horas terei que dividir em muitas partes (por isso é que normalmente fazia vídeos longos) e ainda estou a pensar no que devo de escrever no aviso ao início.
Sim, digo que estou apenas a experimentar o computador e depois até meto alguns links na descrição de outros vídeos que fiz sem dicas que é para não me chatearem a cabeça, mas há sempre alguém a falar mal.
Há mais pessoas no Youtube a usar dicas mas sinceramente a opinião delas não me serve para nada, o canal é meu e nele posso fazer o que quiser. Mas estou aqui a pensar como é que vou fazer para completar coisas em 15 minutos que normalmente me levava horas a fazer.